segunda-feira, 26 de março de 2012

SINDICÂNCIA PARA APURAR TRUCULÊNCIA CONTRA JORNALISTA

     Agindo com coerência e bom senso, e não poderia ser diferente, o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Monteiro, já assinou portaria de nº 006/2012 determinando abertura de sindicância para apurar os fatos envolvendo o cabo V. Fernandes e a jornalista Tina Santos.

     Capitão Saraiva foi indicado para presidir a investigação e tem prazo de 15 dias, e mais 7, se necessário for, para concluir os trabalhos e apresentar relatório.

     O anúncio foi feito esta manhã durante coletiva à Imprensa marabaense, e que ocorreu no auditório da Tratorpeças.

     Como medida preventiva, o cabo foi retirado do serviço de rua e designado apenas para trabalhos internos, no quartel.

     Por enquanto.

     Porque se ficar provado que o militar agiu com virulência, como atesta a jornalista e testemunhas já ouvidas pelo blogger, V. Fernandes será rigorosamente punido como determina o Estatuto interno da corporação.

     Assim prometeu coronel Monteiro, na presença de colegas de Tina Santos.

     O que ele ratificou pessoalmente para a própria Tina, no final da manhã de hoje, durante visita que o comandante do 4º BPM fez à residência da moça, acompanhado do Superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, delegado Alberto Teixeira.

     Ratificando o que já foi postado aqui nesta página, a jornalista teve o braço esquerdo fraturado durante uma abordagem feita de forma violenta pelo cabo V. Fernandes, durante operação do Grupamento Tático na casa de serestas “Voo Livre”, situada na Folha 28 da Nova Marabá.

     Esse tipo de abordagem, ironicamente é denominado de “Anjo da Guarda”.

     Por outro lado, Tina já confirmou que vai entrar na Justiça contra o Estado, pelos danos sofridos, tanto moral quanto material.

     A Associação Marabaense de Imprensa está acompanhando de perto o desenrolar dessa sindicância.


     E o pôster também.




A cara de dor de Tina Santos substitui qualquer  legenda


Pela radiografia percebe-se perfeitamente a fratura

Tina relata os fatos para delegado Alberto Teixeira e coronel Monteiro



domingo, 25 de março de 2012

OPERAÇÃO EIRENE É ASSIM: TRUCULÊNCIA TOTAL

     Na noite do último sábado (24), uma equipe do Grupamento Tático da Polícia Militar (GTPM) deu um exemplo dos mais deprimentes de como uma força de segurança pública não deve agir.

     Revestidos de truculência e amparados do absurdo do abuso de autoridade, policiais literalmente chegaram em espaço púbico da Nova Marabá, com o único intuito de constranger.

     Como constrangeram às várias pessoas que se encontavam no recinto.

     Empunhando fuzis e metralhadoras, pistolas e todo um arsenal digno de adentrar nos morros cariocas, a ordem foi taxativa:

     “Todos mãos pro alto e encostem na parede”.

     Uma cena digna daqueles filmes de operações policias.

     No local, devidamente consciente de seus deveres e direitos, a jornalista Tina Santos contestou a maneira de abordagem da turma do Tático.

     Foi o bastante para ser agredida fisicamente; ameaçada de prisão; ameaçada de ser algemada, e outros absurdos mais.

     Como cotinuou a protestar, foi manietada por trás.

     Do tipo que a polícia está acostumada e gosta de agir contra bandidos.

     Mas com a Tina teve um diferencial.

     A ação truculenta pelas suas costas foi tão violenta, que:

     A Jornalista teve o braço direito fraturado.

     Isso mesmo: quebrado.

     E, por pouco, ela não sofre uma fratura exposta.

     O pôster já teve acesso ao raio X do braço da profissional.

     Coisa feia de se ver.

     O nome do militar que fez isso?

     Cabo V. Fernandes.

     O nome do comandante de tudo isso, o pôster ainda falta confirmar. 

     Caso testemunhado por várias pessoas.

     Mesmo com o braço quebrado, a jornalista Tina Santos ainda correu o risco de ser algemada.

     Truculência, violência policial, abuso de autoridade,covardia, ainda são adjetivos amenos para descrever o lamentável episódio.

    Com a palavra, o comando do 4º BPM.    

    

segunda-feira, 19 de março de 2012

CLUBE DO SINDECOMAR TEM NOVA ESTRUTURA DE LAZER

     O domingo foi dos mais aprazíveis para este pôster, que esteve conhecendo de perto a nova estrutura do clube campestre do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Marabá (SINDECOMAR), situado no bairro de São Félix II.

     Ciceroneado pelo presidente da entidade, Adelmo Azevedo e degustando uma beer super gelada, ao lado do colega Célio Sabino.

     Ficamos impressionados com a nova área de lazer destinada aos comerciários e seus familiares.

     O clube tem estrutura das mais modernas e não fica a dever nada a outros existentes na cidade e até mesmo da capital paraense.

    Piscina semiolímpica e outra destinada para crianças; campo de futebol soçaite ainda em fase de acabamento; ginásio coberto para a prática de outros esportes e shows; palco apto a receber qualquer artista, até mesmo de renome nacional; arborização; área para churrasco; setor para os aficcionados por sinuca; enfim, tudo o que uma família precisa para aquele relax nos finais de semana.

     Sem falar numa equipe de seguranças devidamente treinados e orientados, para proporcionar tranquilidade total aos frequentadores.

     De parabéns Adelmo pela iniciativa de proporcionar o melhor para seus sindicalizados;

     Parabéns principalmente aos trabalhadores no comércio, que ganharam um espaço bastante adequado para seus momentos de lazer ao lado de amigos e familiares.

     Nos clics de Célio Sabino, a imagens do que hoje é o Clube Campestre do Sindecomar.


     Confira:

















sexta-feira, 16 de março de 2012

ASSIM É QUE SE FAZ

    Moradores da rua Fortunato Simplício Costa, bairro Novo Horizonte, Núcleo Cidade Nova, descobriram uma forma bastante criativa e, até certo ponto, recheada de picardia para protestar contra a administração pública municipal de Marabá.


     Sem fazer barulho ou qualquer tipo de interdição de vias para não prejudicar o vai e vem das pessoas, a comunidade se reuniu em uma manifestação bastante silenciosa, mas que deve fazer um eco danado na cabeça de quem couber a carapuça. Ou seja, a mensagem é direcionada ao prefeito Maurino Magalhães.


     As imagens, clicadas por Osvaldo Beija Flor, falam por si só.


     Confira:







    

DIA DO POETA

No dia do poeta, transcorrido na última quarta-feira (14) o mestre Ademir Braz nos brinda com esta verdadeira sinfonia:







Enseada dos anos
Ademir Braz

O espelho me devolve a barba de vários dias:
umas cerdas brancas, duras, de velho cuandu.

Deve ser esse fascínio dos 600 anos... Para onde
fluíram em maciez e furor as antigas manhãs?
Onde as noites nevadas de espuma? Onde
o espanto de fardos e fados rarefeitos, verbo
em sangue no guardanapo dos botequins?

O cuandu ri no espelho... Envelhecer é isto?
Esse tumulto com os signos, este enorme,
colossal desapego à posse do supérfluo?
Que é o essencial, quando tudo esvaiu-se?

Ainda gosto de árvores, ternura e afagos;
de cães sarnentos e gatos de beco. Trago n’alma
a enseada morna que os abriga e aos amigos.
Grandes, por igual, são minhas amarras às coisas
que sejam pássaros, mar, plantas e silêncio.

Dessas coisas claras, certifico. Mas o que faço
das lembranças, tumultuárias buganvílias?

Os amores, comparo-os às tainhas de Maiandeua.
Quando as vi, na primeira vez, pareciam milhares
a saltar entre a praia do porto e o manguezal.
Se o tempo as trazia, em época exata de chuva e sol,
fervilhava o mar sob redes e barco, e  pescadores
colhiam mais cardumes que poderiam consumir
ou vender e que, mortos, relançados às marés,
prateavam de escama a fímbria macia do areal.
Tanto o desperdício que, não muito depois,
rarearam até sumir ao longe na costa do Marajó.

(As tainhas que amei, também migraram. Foram
acasalar  bem longe da minha rede de pescador.)

Estes idos amores, contudo, conservo todos aqui
(ainda que tenham durado a sina de uma rosa)...

                                    II
A primeira paixão, na luminosa adolescência,
Levou de mim para sempre a inocência.

                                III
Muitos anos depois, numa cilada, tomou-me
a alma encarcerada o amor mais repentino.
E fui, como um pássaro a bater-se no espelho
resgatar, quem dera, o que perdera em menino.

E vai, um dia, sumiu no arrebol a juruti fagueira...

Se eu tivesse, então, tirado de meus ombros
E lançado a fera à montoeira dos meus sonhos
Não haveriam mais pesadelos, mais escombros,
nem seria o amor senão a doida cachoeira
Que nos arrasta e leva pela vida aos tombos.

                                    IV

A muito amada sentou-se no muro e por trás dela
eu via a luz da casa com o brilho velado da vidraça.
Era um lugar de nome indígena, algo quase assim:
a muito amada vinha do colégio e eu, de muito longe:
da terra mesopotâmica do sol, a mochila encardida
do pó que o vento espalha ao norte dos agrestes.
Lá nos conhecemos, vivíamos, lá um bêbado amou-a
com amor que o fez perder-se dos parceiros de balcão.
Mas ela mudou-se e fui revê-la num insano impulso
e dei com esse vento de soturna lágrima e adeus.
Penso às vezes que morri naquela noite de pétalas
e transmutei-me em pássaro sem abrigo ou canto
e desde então peregrinei sem causa à parte alguma.
Sim, é quase certo que morri naquela noite de pétalas...
                                 
                                       V
Ninguém nunca mais é o mesmo depois do amor.
Ceifada a fonte, chegada a noite espessa da solidão,
rola a alma sem itinerário para lugar nenhum.

                                      VI

Eu, de mim, distribui o que sobrou da ventania.

                                      VII
Em Romana, andávamos nus, a companheira
a espiar navios feéricos sobre o verde mar.
Tão distantes e misteriosos!... À noite, apenas
vela acesa na curva imaginária do horizonte
enquanto nos amávamos sobre palafitas.

                                  VIII

Na cidade de cal, perdida no silêncio do cerrado,
a namorada levou seu visitante a um lugar estranho
- o centro geodésico de alguma coisa – onde havia
uma placa, seixo sem valor e um círculo cimentado
para receber alienígenas e discos voadores.
Lá, sentamo-nos na grama e não vi luzes na manhã.
Trouxe no bornal - e ainda deve estar aí nalguma parte -
um punhado de cascalho sujo e mítico, talvez resto
do que fora  abissal rochedo de  oceano profundo.

                                     IX

Eu olhava a luz a crepitar na chuva da madrugada.
Bebia aguardente e cerveja no bar soturno (só o dono
atrás do balcão) e olhava a luz imunda na rua insone.
Eu era só um artista sem certezas, e a cidade um pássaro
morto sob a chuva. Esse vulto em branco, entretanto,
está bem vivo e úmido à porta, os seios de romã, a face
alada do arcanjo que vai levar-me a qualquer parte.
Alva e transparente no vestido longo, ela pede vodka
e solta o corpo esguio numa cadeira mais ao longe.
Ergo-me e dou a mão ao fado inscrito na noite suja.
Então ela canta, e me dou conta que morrerei esta noite,
fugiremos para as estrelas acima da tempestade, rumo
às galáxias e outros sóis. Nunca mais voltarei! Mas antes
de largar-me quase morto à margem do trago e das taças,
três dias nos amamos entre  cachoeira e saranzais.

******

E ESTA AQUI É DA LAVRA DO PÔSTER:

APENAS POETA
                  NILSON SANTOS*

Não me pergunte porque faço poemas,
Não saberia dizer;
De onde vêm minhas rimas?
Respostas também não há;
Não questione minhas estrofes,
Meus lamentos nas escritas que lês...
Porque falo de amor?
Desilusões?
Desencontros?
Não sei explicar.
Se canto canções ao luar...
Declamo sonetos...
E choro pelas paixões perdidas no tempo,
Não sei não senhor.
Só sei que tudo vem lá de dentro,
Que nasce d’alma,
Do fundo d’alma...
E se faz poesia;
Porque,
Poeta sou!

*Jornalista, Radialista, Poeta nas horas vagas