sexta-feira, 21 de março de 2014

DERROCAMENTO DO LOURENÇÃO DESSA VEZ PARECE QUE SAI

     O anúncio oficial da abertura da licitação para as obras de derrocamento do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins, para viabilizar a Hidrovia Araguaia-Tocantins, foi feito na tarde desta quinta-feira (20), em Marabá, pela presidente Dilma Rousseff, na presença do prefeito João Salame, do governador do Pará, Simão Jatene, de ministros e outras autoridades federais, estaduais e municipais, além de parlamentares.

     Na solenidade, a presidente entregou ainda 110 máquinas, entre caminhões e motoniveladoras, para 89 municípios paraenses, destinados à manutenção de estradas vicinais.

    Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff destacou o respeito e o diálogo que vêm marcando as relações institucionais. “Na democracia, temos diferenças de visões políticas, mas todos nós devemos conviver de forma harmônica”, disse a presidente. 

     Dilma garante derrocagem do Tocantins ao afirmar que a determinação em trabalhar em favor do Pará, e do Brasil, é conjunta. “Esta licitação que hoje estamos lançando é fruto disso. Foram todas as lideranças que lutaram, que foram lutadores por essa questão do Pedral do Lourenço”, reiterou Dilma Rousseff.

     Investimentos - Segundo Dilma Rousseff, com a hidrovia poderão, finalmente, ser viabilizados os investimentos privados previstos para a região. “A Vale (empresa responsável pela implantação de uma siderúrgica em Marabá) sempre disse assim: precisamos de logística. Pois bem, a logística que agora vamos ter com a hidrovia é a melhor possível”, ressaltou a presidente.

     Dilma Rousseff disse, ainda, que a Hidrovia Araguaia-Tocantins é um símbolo, e deve iniciar uma série de medidas do governo brasileiro para estimular a logística em modais alternativos, desafogando as rodovias. Segundo ela, a intenção é justamente inverter o eixo e o fluxo de produtos para exportação. “A hidrovia tem um custo 50% menor que as rodovias. 

     Apenas um comboio com quatro balsas e um rebocador pode transportar seis mil toneladas. Se esse volume de produto que vai ser exportado fosse embarcado em carretas, seriam 172, ou 26 quilômetros de caminhões. Está claro que a hidrovia é um excelente modal e vamos ter uma mudança do eixo, desafogando os portos de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá, no Paraná. Este é o século do Norte”, afirmou a presidente.

     Compromisso mútuo - O governador Simão Jatene ressaltou a importância do momento, e enfatizou que as diferenças não poderiam, jamais, ser maiores que o compromisso mútuo de desenvolver o Estado e combater a pobreza e a desigualdade. “Defendemos causas, e não coisas. E vejo que neste momento estamos justamente trabalhando assim, por uma questão maior, e que é muito cara para o desenvolvimento da região, do Estado e também do País, uma vez que nossa logística vai beneficiar outras regiões também, além do nosso próprio Estado”, destacou o governador do Pará.
     
     Ao defender o desenvolvimento do sudeste paraense, o governador lembrou que muitos dos que vieram para o Estado o fizeram incentivados por um sonho, que ainda precisa ser realizado. “Muitos dos que aqui estão sabem das dificuldades enfrentadas todos os dias, e sabem que o trabalho coletivo é que pode resolver os nossos desafios. 

     A hidrovia certamente vai ajudar nesse sentido, mas também ressalto a entrega das máquinas que, com certeza, vão ajudar os trabalhadores rurais, aqueles que tanto se dedicam para que sua produção chegue à mesa das pessoas”, destacou Simão Jatene.

     O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o Brasil está crescendo e produzindo, mas ressaltou que “não adianta nós crescermos e produzirmos mais se não tivermos logística para escoar nossa produção. Mais que isso: a logística incentiva os novos investimentos, e mais produção e emprego”.

     O ministro também detalhou como serão as obras de retirada do pedral. “São 43 km de derrocamento, com um canal de 145 a 160 metros de largura, onde será assegurado um calado mínimo de 3 metros em qualquer dia do ano, para que flua a navegação por ali”, informou.

     Com o derrocamento, a rota na hidrovia passará a ter capacidade nominal de transportes de até 20 milhões de toneladas/ano para 2025, em grãos, minérios e outros produtos. A obra será licitada por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que permite a contratação integrada. Pelo cronograma do Ministério dos Transportes, a conclusão das obras está prevista para 2018.

     Equipamentos – A entrega das 110 máquinas integra a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) Equipamentos. Foram entregues as chaves de 80 caminhões-caçamba e 30 motoniveladoras, adquiridas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e repassadas a 89 municípios, com menos de 50 mil habitantes.

     De acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, esse maquinário auxiliará a manutenção contínua das estradas vicinais, favorecendo o escoamento da produção e o melhoramento da mobilidade no meio rural.

     “Com estas máquinas, os prefeitos vão poder construir estradas por onde circulam os ônibus escolares, as ambulâncias, as mercadorias e as pessoas, gerando mais desenvolvimento e qualidade de vida no campo”, destacou a presidente Dilma Rousseff.

     Reivindicações – A presidente Dilma Rousseff afirmou, em seu discurso, que seria estranho que um prefeito  não fosse “pidão”, referindo-se, em tom de brincadeira, à provocação anteriormente feita pelo prefeito João Salame: – “Todo prefeito é pidão e não posso decepcionar a senhora, por isso tenho que pedir alguma coisa”.

     Respondendo a Salame, a presidente da República disse:
     “Aqui em Marabá nós temos tido uma parceria muito boa. Quero dizer para o prefeito que eu acho que o prefeito tem mesmo é de ser pidão. Não vejo nenhum mal… Seria estranho se um prefeito não fosse pidão. Agora, né, prefeito, distribua a pidãozice, entre mim e o governador. Dá uma força também”, disse a presidente, reforçando pedido para que Simão Jatene assinasse, também,  convênios com a prefeitura de Marabá

     Instantes depois, ainda no discurso, Dilma voltou a falar sobre o tema e disse que investimentos em educação são os “pedidos pidões” de que ela mais gosta.

     “Cumprimento o prefeito por me pedir três escolas de tempo integral. É aquele pedido pidão que mais gosto, um pedido pidão para mudar a vida das pessoas aqui de Marabá”, afirmou Dilma

     Dilma defende Jatene – A presidente Dilma Rousseff defendeu  o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), das vaias recebidas por ele durante a cerimônia. “Temos de lutar para que todas as pessoas tenham direito de falar, de externar sua opinião”, disse a presidente.

     O governador tucano foi vaiado pelo público, formado predominantemente por representantes de movimentos sociais, desde o início do evento. Em dado momento de seu discurso, Jatene chegou a ser chamado de “mentiroso” por parte da plateia.

     Dilma afirmou que o país, “com muito esforço”, conquistou a democracia, o que, de acordo com ela, necessariamente, implica reconhecer a diversidade do país, inclusive em posições políticas e visões culturais distintas. Em sua avaliação, “brigar” na democracia tem que ser pelo próprio regime democrático e “contra a desigualdade". (Agência Pará)  


                      Imagens: Antonio Silva (Agência Pará)

Presidente Dilma passou cerca de 3 horas em Marabá e fez o tão esperado anúncio do Edital para derrocamento 

Acesso de pessoas para prestigiar a visita presidencial foi rigidamente controlado

Entrega de maquinários à prefeituras da região também fez parte da agenda de Dilma Rousseff


Prefeita de Rondon, Shirley Cristina, recebe chave do trator das mãos da presidente




quarta-feira, 19 de março de 2014

ANO ELEITORAL É OUTRA COISA

     O mundo político de Marabá e região está todo mobilizado para receber a presidente Dilma Roussefff (PT), que desembarca na cidade nesta quinta-feira (20), na companhia do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto.

     A presidenta, como gosta de ser chamada, em ritmo acelerado de campanha política rumo a reeleição vem fazer a entrega de tratores para prefeituras do sudeste do Pará.

     Cento e dez máquinas ao todo, que vão beneficiar municípios com até cincoenta mil habitantes.

     A solenidade terá lugar na área verde do Aeroporto de Marabá, e não na VP-8, como anunciado anteriormente.

     Encontro está marcado para às 14h50.

     O staff precursor presidencial está na cidade desde terça-feira, tomando todas as providências para a visita, principalmente em torno do esquema de segurança.

     Mas a expectativa maior da vinda de Dilma Rousseff não está voltada para a entrega das máquinas, uma pequena barganha em troca de votos.

     O que se espera mesmo é que a presidente faça o anúncio da tão esperada abertura da licitação para o derrocamento do Pedral do Lourenção, a jusante do município de Itupiranga, pelo rio Tocantins.

     Esse derrocamento é a única forma de viabilizar a navegação do rio e, por conseguinte, proporcionar a viabilização da ALPA.

     Mas não há nenhuma certeza de que a licitação vai ser mesmo anunciada pela presidente, como já está sendo antecipado por blogs, jornais e a Imprensa em geral do Estado do Pará.

     Não há nada confirmado pelo gabinete da Presidência da República.

     A assessoria presidencial confirmou apenas que a "Presidente vai fazer um grande anúncio, de algo muito importante para a região".

     Que pode ser qualquer coisa, uma bagatela qualquer, e não o tão almejado derrocamento.

     É esperar para conferir.

          

quinta-feira, 13 de março de 2014

DIA DE CÃO

     Marabá está vivendo hoje aquilo que se pode chamar de verdadeiro "Dia de cão".

     Logo pela manhã a agência do Bradesco da Cidade Nova foi alvo de assaltantes, ação praticada na modalidade "Sapatinho".

     A mulher de um dos gerentes da agência, até agora identificada como Hellen, foi levada como refém por uma parte do bando.

     Até agora à pouco a jovem senhora ainda não tinha sido liberada.

     A polícia está no caso e tenta prender o grupo criminoso.

    Ainda tem mais:

    Por volta de 12h30 teve tiroteio na Folha 33 da Nova Marabá.

    Pelo menos duas pessoas, que seriam criminosos, teriam morrido.

    O caso ainda carece de maiores detalhes.

    Um dos mortos seria o temido "Romarinho", bastante conhecido no submundo do crime e das crônicas policiais.

    Ainda não há confirmação se esse fato tem relação com a tentativa de assalto ao Bradesco.

    Daqui à pouco novas postagens com mais detalhes sobre esses acontecimentos, que mais uma vez colocam Marabá no topo da lista de um dos municípios mais violentos da região.
   

    

segunda-feira, 10 de março de 2014

ISOLADOS

     Moradores do Projeto de Assentamento Patauá, zona rural de Marabá, estão completamente isolados do resto do mundo.

     O acesso àquela Vila somente pelo município de São Domingos do Araguaia, um total de 90 quilômetros.

     Setenta dos quais de estrada de chão, muita piçarra, pedra e cascalho.

     A estrada é cortada por alguns riachos.

     Estes transponíveis através de "pinguelas".

     Isso mesmo: "pinguelas".

     Aliás, todas arrastadas pelas fortes enxurradas, consequência dos grandes temporais que têm castigado a região nos últimos meses.

      O resultado é que a trafegabilidade de veículos, de todos os tipos e espécie, está totalmente prejudicada.

     A comunidade do Patauá tentou resolver o problema, pais de família se cotizaram e, por conta própria, compraram bueiras para viabilizar o acesso.

     Mas, sem uma pessoa especializada para orientar a colocação das peças, o esforço foi em vão.

    As bueiras foram arrastadas pela correnteza.

    Parte dessa estrada vicinal para o Patauá pertence ao município de São Domingos do Araguaia, enquanto outros quilômetros, à Marabá.

     Mas, tanto uma quanto a outra Prefeitura estão completamente ausentes de suas responsabilidades para com aquele povo esquecido.

     Só resta às famílias do vilarejo, quase duas mil, (cerca de mil votos) aguardar pela temporada de verão, que as chuvas cessem para que os riachos baixem e as "pinguelas" voltem a ser viabilizadas novamente.    
     Porque, pontes de verdade, não há qualquer promessa nesse sentido.

     O acesso para àquele assentamento, atualmente, somente pela Vila Fortaleza, São Geraldo do Araguaia.

    Um acréscimo de cerca de 150 quilômetros.

     Também há uma rota de fuga, pela área de reflorestamento da Cosipar e passando pelas fazendas Cabaceiras, Mutamba, entre outras.

     Até que é um trecho mais curto, varando na BR-155, saindo quase na Vila Sororó.

     Mas, por ali, a vicinal também está igualmente cortada.

    Haja sofrimento para o povo do Patauá.


             
Este riacho transbordou e impede a passagem de veículos


A "ponte" de madeira foi arrastada pela enxurrada

Vergonha: até chegar ao Patauá são várias as "pinguelas" como esta

Um risco constante para motoristas que, diariamente, são obrigados a viajar por esta estrada
  

O RETORNO

       Depois de longos quatro meses ausente deste espaço, estamos de volta.

      Este blogger esteve em gozo de férias, fora da cidade e, na sequência, também em tratamento de saúde.

      Também resolvendo problemas particulares, fora de Marabá.

      Nosso eixo de atuação.

      A partir desta segunda-feira (10), estamos reativando este Blog.

      Trazendo sempre notícias e reportagens de interesse geral.


                      Nilson Santos