POESIA; A MINHA...
NILSON
SANTOS*
Sou
poeta;
Não
me fiz, já nasci assim,
Voltado
às letras.
Escrever
me faz respirar,
Ao
contrário, me sinto sufocar
Sou poeta das paixões fugidias,
Que vêm e que vão...
Dos amores eternos,
Dos amores efêmeros;
Os que fazem sorrir,
Ou fazem chorar...
Um
poeta quase não dorme;
Cedo
da noite está a namorar
Sob
o luar e as estrelas,
Ou
apenas a namorar,
A
lua e as estrelas
(buscando inspiração);
E,
já de madrugada,
É
acordado com as rimas
A
tamborilar seu cérebro.
Antes
mesmo que o galo cante,
Já
fluíram os primeiros versos,
Pariram
várias melodias.
Ah!, sou poeta;
Das lágrimas, pelos amores perdidos,
Do sorriso fácil,
Pelo novo amor que chegou;
E assim, entre espinhos,
Ou o perfume do jardim florido,
Minhas rimas vão nascendo,
Ganhando o “sabor” da poesia...
Dos
que se foram,
Restam
a doce saudade;
Do
que acaba de florescer,
A
certeza de que doces melodias
Hei
de cantar.
Já vivi muitos amores;
Amei, fui amado,
Já sorri,
... sofri, na hora do adeus.
“Fútil”
– hão de julgar;
Quem
sabe não terão razão?
Não
vou contestar,
Prefiro
seguir os ritos do coração,
Viver
a emoção do hoje,
Para,
quem sabe,
Chorar
outra vez amanhã;
Não
importa.
Sou poeta das doces ilusões,
Acalentado pelo calor
Da nova e ardente paixão;
Ou poeta das noites de insônia,
Mergulhado em profunda solidão.
E
assim, somente assim
A
poesia vai fluindo:
Ou
regado pelas lágrimas,
Ou
orvalhado em uma nova ilusão.
Masoquista do amor?
Talvez...
Quem sabe, um cigano,
À procura
de novas emoções;
Mas assim, somente assim,
Minha poesia volta a fluir outra vez.
Ah!
Sou
poeta:
Das
doces ilusões,
Ou
das noites de solidão.
*Jornalista, Radialista, poeta nas horas vagas