sábado, 21 de novembro de 2020

                                     POESIA; A MINHA...

                         NILSON SANTOS*

 

Sou poeta;

Não me fiz, já nasci assim,

Voltado às letras.

Escrever me faz respirar,

Ao contrário, me sinto sufocar

 

     Sou poeta das paixões fugidias,

     Que vêm e que vão...

     Dos amores eternos,

     Dos amores efêmeros;

     Os que fazem sorrir,

     Ou fazem chorar...

 

Um poeta quase não dorme;

Cedo da noite está a namorar

Sob o luar e as estrelas,

Ou apenas a namorar,

A lua e as estrelas

   (buscando inspiração);

E, já de madrugada,

É acordado com as rimas

A tamborilar seu cérebro.

Antes mesmo que o galo cante,

Já fluíram os primeiros versos,

Pariram várias melodias.

 

     Ah!, sou poeta;

     Das lágrimas, pelos amores perdidos,

     Do sorriso fácil,

     Pelo novo amor que chegou;

     E assim, entre espinhos,

     Ou o perfume do jardim florido,

     Minhas rimas vão nascendo,

     Ganhando o “sabor” da poesia...

 

Dos que se foram,

Restam a doce saudade;

Do que acaba de florescer,

A certeza de que doces melodias

Hei de cantar.

 

     Já vivi muitos amores;

     Amei, fui amado,

     Já sorri,

     ... sofri, na hora do adeus.

 

“Fútil” – hão de julgar;

Quem sabe não terão razão?

Não vou contestar,

Prefiro seguir os ritos do coração,

Viver a emoção do hoje,

Para, quem sabe,

Chorar outra vez amanhã;

Não importa.

 

     Sou poeta das doces ilusões,

     Acalentado pelo calor

     Da nova e ardente paixão;

     Ou poeta das noites de insônia,

     Mergulhado em profunda solidão.

 

E assim, somente assim

A poesia vai fluindo:

Ou regado pelas lágrimas,

Ou orvalhado em uma nova ilusão.

 

     Masoquista do amor?

     Talvez...

     Quem sabe, um cigano,

     À procura de novas emoções;

     Mas assim, somente assim,

     Minha poesia volta a fluir outra vez.

 

Ah!

Sou poeta:

Das doces ilusões,

Ou das noites de solidão.

 

       *Jornalista, Radialista, poeta nas horas vagas

                                                 MEUS FANTASMAS

                                               NILSON SANTOS*

 

Me vejo falando sozinho

No quarto da solidão,

Minha voz se perde no escuro

Faz eco...

E chora o meu coração;

 

      Converso entre quatro paredes,

      Num elo, entre eu e ninguém;

     Apenas o meu travesseiro,

     E a cama vazia...

     ... de você

 

No quarto da solidão, me vejo sozinho

A escutar

A voz do silêncio da noite,

Que faz eco...

E então me ponho a chorar

 

     Abraço o meu travesseiro

     E rolo na cama

    Tão vazia de você;

    É quando choro sozinho,

    Entre quatro paredes

    E os fantasmas da solidão.

            *Jornalista, Radialista, poeta nas horas vagas

Nota do autor: este poema também foi musicado por Adão Teixeira