sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ÍNDIOS SURUÍ CONTINUAM INTERDITANDO BR-153

     Já dura mais de 70 horas a interdição de um trecho da rodovia BR-153, em área da reserva Sororó do índios Suruí, a cerca de 70 quilômetros de São Geraldo do Araguaia, sudeste do Pará.

     Com uma tora de castanheira atravessada de lado a lado da pista, os silvícolas estão radicais e, desde a manhã de quarta-feira (25) não permitem a passagem de nenhum veículo, nem pra lá, e nem pra cá.

     As filas de carros de todos os tipos e tamanhos já se fazem quilométricas nos dois sentidos da pista.

     Os índios reclamam prejuízos ecológicos dentro da reserva por conta da atividade de uma empresa mineradora, quase dentro da terra indígena, além de cobrarem o pagamento de royalties por conta da passagem da rodovia por dentro da reserva.

     As lideranças dos Suruí alegam que a dívida já foi reconhecida pelo governo federal, inclusive através de decreto, mas até agora não houve o ressarcimento pelos prejuízos causados pela principal via de acesso entre o Pará e o vizinho Estado do Tocantins. 

     A BR-153 corta exatos 12 quilômetros por dentro da reserva.


     Neste momento, 16 horas, está havendo reunião no Ministério Público Federal (MPF) entre líderes dos Suruí, direção da Funai e representantes do governo Federal, tentando resolver o impasse. 





As imagens postadas são de Osvaldo Beija Flor, do Jornal Opinião.







quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CONFIRMADO

     Infelizmente está confirmado.


     O renomado médico Emerson Caselli, que por muitos anos atuou em clínicas particulares de Marabá, assim como atendeu no Hospital Municipal (HM), já não está mais entre nós.


     Familiares confirmaram que "Dr. Caselli", como era carinhosamente tratado por todos, morreu mesmo na tarde de hoje na capital piauiense.


     O óbito aconteceu por volta das 16h, provocado por ataque cardíaco fulminante.


     Ele se encontrava em Teresina a serviço do Incra, onde estava lotado atualmente.


     Os familiares já estão providenciando o traslado do corpo para Marabá.


     Além de ter passado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) como titular da Pasta na administração de Haroldo Bezerra, Caselli também emprestou sua competência à política marabaense, tendo exercido mandato como vereador.


     A classe médica de Marabá está de luto;


     A população, principalmente a mais carente, perde um grande profissional;


     E o município, como um todo, perde um grande homem.

LUTO


     A notícia ainda carece de confirmação.
     
     Mas consta que a classe médica marabaense está de luto.

     Teria morrido, vítima de infarto fulminante, o médico Emerson Caselli.

     Ex- vereador e ex- secretário de Saúde do município, Caselli atualmente estava lotado no Incra, Superintendência de Marabá.

    A morte teria ocorrido em Teresina, no Piauí.

     Tão logo se confirme a informação, postaremos nova notícia.  

SEM COMENTÁRIOS

Olha só o que está circulando por aí:



O RETORNO

     Depois de um período de recesso, por conta de férias, merecidas férias e fora de Marabá por mais de um mês, estamos de volta à ativa. 

     Já estamos no batente e, por conseguinte, reativando nosso blog. 

     Com forças renovadas e cheio de gás.

     Para recomeçar, reproduzimos aqui este artigo bastante pontual do Veríssimo, já que, concordamos em gênero, número e grau:

O olhar de Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB

    Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

     Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. 

     O BBB é a pura e suprema banalização do sexo e valores morais, com tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Impossível assistir este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros…

     Todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE.

     Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

     Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade do brasileiro.

     Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis.

     Caminho árduo? Heróis?

     São esses nossos exemplos de heróis?

     Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.

     Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.

     Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

     Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

     O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais.

     E aí vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”. Ah, tenha dó!!!

     Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani, da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão …

     Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

     Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda, ou qualquer outra coisa…, ir ao cinema…., estudar… , ouvir boa música…, cuidar das flores e jardins… , telefonar para um amigo… , visitar os avós… , pescar…, brincar com as crianças… , namorar… ou simplesmente dormir.

     Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

     *Luis Fernando Veríssimo é cronista e escritor brasileiro.