Quem vê o
jovem Wesley Pereira dos Santos, de 20 anos, andando e conversando normalmente
nem imagina que no dia 23 de março ele foi agredido por um desconhecido, com
uma paulada que lhe acertou a testa em cheio, estraçalhando os ossos.
O caso
aconteceu em Marabá e foi exatamente em Marabá, mais precisamente na mesa de
cirurgia do Hospital Regional Público do Sudeste Dr. Geraldo Veloso (HRSP), que
o rapaz foi submetido a procedimento cirúrgico, que lhe possibilitou ter uma
vida normal.
Os
responsáveis pela façanha foram o neurocirurgião André Telles e os odontólogos
Leonardo Aguiar e Robinson da Silva Ribeiro, estes dois especialistas em
buco-maxilo.
Numa linguagem
simples, a equipe médica abriu um corte de uma orelha a outra do paciente,
passando pelo alto cabeça, um pouco acima da testa, formando uma espécie de
“meia-lua”.
Em seguida, a equipe puxou toda a pele do rosto para baixo,
descobrindo inteiramente a testa, onde estava o osso frontal, quase todo estraçalhado
pela pancada.
De acordo com
o odontólogo Robinson Ribeiro, que integrou a equipe médica, depois que o
neurocirurgião recuperou as lesões provocadas na dura-mater, membrana que
envolve o cérebro, foi a vez da equipe de buco-maxilos entrar em ação.
Durante apenas
três horas, os dois profissionais retiraram uma parte do osso frontal (da
testa) e depois de uma análise minuciosa, resolveram que poderiam ainda usar o
pedaço de osso e o colocaram de volta.
Os
especialistas remodelaram os ossos, eliminando as arestas provocadas pela
pancada, até conseguir um bom alinhamento. Mas, para fixar o osso, foram
necessárias telas de titânio e parafusos.
O paciente
agora está em fase de reabilitação, mas caminha e conversa normalmente.
Os
movimentos, obviamente, ainda são lentos e a recuperação deve ser demorada.
Mas
isso não é nada para quem estava com a parte frontal da cabeça destruída.
“Eu nasci de
novo. Quando vi minhas fotos na mesa de cirurgia, nem acreditei que era eu. Não
sei como eles (equipe médica) conseguiram; só tenho a agradecer”, afirma
Wesley.
“Quando eu vi
meu filho naquela situação, com a cabeça toda quebrada, pensei que o pior
poderia acontecer, mas graças a Deus e aos médicos, deu tudo certo”, desabafa
dona Maria Aparecida Pereira dos Santos, mãe de Wesley.
Para se ter uma ideia da importância desse atendimento, antes da fundação do Hospital Regional de Marabá, que é administrado pela Organização Social Pró-Saúde, a cidade mais próxima onde Wesley poderia ser submetido a uma cirurgia como esta é Araguaína, no Estado do Tocantins, a quase 300 km de distância.
Wesley (E), o médico Robinson e Maria Aparecida |
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