quinta-feira, 4 de maio de 2023

 

                            DESPERTAR
                        
                                     NILSON SANTOS*
 
Quero te acordar, todos os dias,
Segredando ao “pé” do ouvido
Falar bem baixinho
Para que teu despertar seja lânguido e faceiro;
E se tentar fechar os olhos, de novo
Te encherei de beijos
Calientes,
Como o corpo teu
 
E todos os dias, ao acordar
Vou te fazer amor
Para que teu amanhecer
Seja em êxtase, em frenesi;
Pensarás que é um sonho...
Sair do torpor da madrugada
Para a lascívia do amor
 
E assim será, todos os dias;
Não, não precisa que abra os olhos,
Sinta somente o tatear de minhas mãos
A percorrer os caminhos de tua luxúria,
E nesse enlevo
Entre gemidos e sussurros,
Apenas o cantar dos pássaros
No romper da aurora
Completando nossa sinfonia
Em partituras de paixão
 
Ah;
e do teu próprio corpo vou arrancar acordes
Que me fazem vibrar
E te fazem vibrar
No compasso de um violino;
Suave, macio, que faz sonhar,
Delirar...
 
E será nesse enlevo
Sempre,
Que vou te cantar poesias
Te fazer canções
Ao romper de um novo dia;
E te fazer amor,
Ao som de nossos corpos nus.
 
              *Jornalista, Radialista, poeta nas horas vagas 

 
Imagem apenas ilustrativa



Itacaiúnas
Anúncio de terceira ponte provoca especulação imobiliária

Lotes que valiam entre dez e quinze mil, da noite para o dia supervalorizaram quase ou mais que o dobro; mas está atraindo investimentos 

NILSON SANTOS

          A anunciada terceira ponte do rio Itacaiúnas, que deve ligar o bairro Filadélfia, no Núcleo Cidade Nova, à rodovia Transamazônica, saindo ao lado do quartel da Polícia Militar (4º BPM), ainda não teve seu projeto “parido” do papel vegetal. Mas, a obra, se ainda não decolou, pelo menos já serviu para um fato curioso: a especulação urbana com vistas ao mercado imobiliário e empresas diversas.
          É certo que o projeto já vem sendo especulado há algum tempo, mas que num primeiro momento não chegou a despertar maior atenção em torno do assunto, encarado com certo ceticismo. Em janeiro do ano passado, o panorama mudou. A presença de trabalhadores para fazer a sondagem no local, e trabalho de topografia, já deixou os moradores do Filadélfia mais otimistas. Não só eles, mas também dos outros bairros do entorno, como Vale do Itacaiúnas, São Miguel da Conquista, Novo Horizonte e Belo Horizonte, que serão beneficiados diretamente.

Fenômeno

          A partir de então aconteceu uma supervalorização de lotes por todo o Filadélfia, bairro que margeia o rio Itacaiúnas. Um terreno de 10x30, que antes valia em torno de R$ 10 mil à 12 mil, dependendo da localização, pulou rapidamente para cerca de 15 mil à 30 mil reais. Somente uma área mais extensa, localizada a poucos metros de onde a ponte deve sair, pulou de R$ 40 para R$ 80 mil. E por aí vai.

          De olho nesse mercado promissor, o imobiliário, tem empresário investindo pesado no bairro. Alguns estão “arrematando” de quatro a cinco lotes, ou mais, desde que sejam vizinhos. Mas outros ramos diversificados, estão chegando também.

          Exemplo disso é um empreendedor do ramo da Energia Solar, e de Material Elétrico e de Construção. Franklin Rommel Fernandes. Em pouco tempo já adquiriu vários lotes no bairro. Onde tem áreas disponíveis, ele vai comprando, com o intuito de ampliar a presença física de suas empresas. Na Rua Seis de Junho já está construindo um grande galpão para facilitar a logística de suas empresas e, um pouco mais acima, na rua Armando Brito, está em andamento uma loja de materiais de construção. O galpão, disse, será para a montagem dos painéis das placas solares, além de servir também como depósito.  

          Na hora mesmo em que estava gravando esta entrevista, Rommel teve que interromper para atender uma ligação de seu advogado. Este estava informando sobre a aquisição de mais quatro lotes, no Filadélfia.

          O empresário não nega ter sido atraído para o local, pela promessa da ponte. Ele acredita que o bairro Filadélfia venha a deslumbrar um grande desenvolvimento, tão logo o sonho da passarela se torne realidade. “Pela facilidade de escoamento”.

          Apesar da demora para o início da obra, Rommel não perde o otimismo. Ele acredita no comprometimento do prefeito Sebastião Miranda (PSD). “Com certeza vai sair (a ponte). O Tião é um prefeito comprometido com obras. Acredito que dentro do seu portfólio de grandes realizações, vai ser mais um feito em sua grande gestão”, confia o empresário.

          Sobre os vários terrenos que vêm comprando no bairro Filadélfia, Rommel Fernandes não esconde que, num futuro próximo, venha à investir também no ramo imobiliário. E dá uma dica para outros empreendedores: “este é o momento (de comprar áreas). Eu já estou comprando meus terrenos e aqui serão fincadas minhas empresas, como marco para o bairro Filadélfia”. O empresário reconhece que realmente os preços das áreas supervalorizaram, da noite para o dia, a partir do anúncio de que em janeiro passado o projeto da ponte iria deslanchar. O que acabou não acontecendo.


          Já o professor e também empresário David Freitas, nega que tenha sido atraído para o bairro pela promessa da ponte. Do ramo dos pré-moldados, manilhas, pingadeiras e broquetes, ele garante ter desembarcado na área pela oferta de bons terrenos a preços compatíveis, na época. Chegou há três anos e, hoje, seus lotes já estão valendo quase, ou mais que o dobro de quando os comprou.

A empresa do professor David já está em plena atividade, e com oferta de empregos para a mão de obra especializada, no próprio bairro.  


          Outros empreendimentos também estão chegando, gradativamente. Todos de olho na grande demanda e a promessa de desenvolvimento que o bairro Filadélfia deve experimentar, com o advento da nova ponte. Uma empresa do ramo imobiliário comprou e já murou a área da antiga Cerita, que foi uma das mais tradicionais produtoras de telhas e tijolos da Marabá de outrora.

           Supermercados, Transportadoras, distribuidoras de bebidas, de água e de gás, entre outras, também estão otimistas em torno do potencial econômico, vislumbrado para o bairro Filadélfia.

A Ponte

          Orçada em R$ 109 milhões, a terceira ponte sobre o rio Itacaiúnas terá 524 metros de extensão, com 12m de largura; 1,85 metros destinados à faixa de passeio. O prazo para a execução da obra, a partir do seu início, será de 20 meses.

          De acordo com informações do engenheiro civil Fábio Moreira, titular da Secretaria de Viação e Obras Públicas de Marabá (SEVOP), os trabalhos devem iniciar em meados de maio.

          Dos R$ 109 milhões à serem empregados no projeto, 50 milhões já foram aportados pelo governo do Estado do Pará, enquanto os restantes 59 milhões vêm de recursos próprios do município.


                                     Imagens: Blog do Cara Feia


Empresário Rommel Fernandes vem investindo pesado no Filadélfia  

Área onde serão instalados os galpões das empresas Rommel 

Lotes praticamente dobraram de preços com anúncio da terceira ponte