UMA CANÇÃO PARA ELA
NILSON SANTOS*
Passeio minha lascívia pelo teu corpo nu
as mãos, num frenesi suave
para não ofender
não macular,
a maciez da pele aveludada
Deslizo meus dedos pelo corpo suave
tentando arrancar,
acordes de prazer...
te sinto estremecer
na volúpia da paixão;
te escuto gemer baixinho
enquanto mergulho suave
na fenda de teus mistérios
Teus olhos cristalinos
que inebriam, enfeitiçam, hipnotizam
me fascinam,
que não me deixam fugir
e me fazem prisioneiro,
nessa luxúria de amor.
E eu, ligeiramente embriagado
na essência de teu perfume
busco em teus lábios macios
tão cálidos
o gosto de mel
da doce ilusão
Vislumbro teu corpo nu
estendido, à me provocar
à torturar em meus devaneios;
minhas mãos explorando, languidamente,
detalhe por detalhe...
e explodem em sensação de torpor
no sobe e desce, de loucura e paixão.
E quando vais ao banho
à lavar as manchas do prazer,
sinto novamente a lascívia
que me faz delirar
e me conduz a sonhos desvairados
de uma doce ilusão
Timidamente,
a água desce pelos teus seios
ligeiramente encobertos
pelas pontas dos teus cabelos,
como a te proteger
de meus olhos famintos
sedentos,
desse teu corpo desnudo
Tal qual uma miragem no deserto...
tento de tocar novamente
mas a maciez que sinto,
é a tela do computador...
meus dedos a deslizar
pela imagem de teu corpo,
agora já coberto
pelo pudor do vestido
vermelho púrpura;
Então volto à realidade
e descubro
que tudo não passou de uma doce ilusão;
e de novo me vejo sozinho
... em meu mundo de solidão.
*Jornalista, Radialista, poeta nas horas vagas
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