AGOSTO DOURADO
Entre
o amor que nutre e os desafios que silenciam
Campanha
visa promover o aleitamento materno como base da saúde infantil, assim como
acolher as mães que enfrentam dificuldades
MARABÁ
“Eu amo amamentar, amo
esse período. Mais que nunca estou conectada com o meu bebê”. Com essa frase, Letícia Alves Costa,
de 28 anos, resume a intensidade e a beleza de sua experiência com a
amamentação. Mãe de Jean Mael, nascido em março de 2021, e de Luna Sofia,
recém-chegada em julho de 2025, Letícia viveu duas jornadas distintas, mas
igualmente marcantes, no universo da maternidade.
Na primeira gestação,
tudo correu tranquilamente. O parto foi normal, com 40 semanas e 4 dias, e a
amamentação, embora desafiadora no início, se transformou em uma história de
superação. “Meu seio feriu, sentia muita dor, pensei até em dar fórmula. Mas
descobri que a pega estava errada e que o próprio leite ajudava a curar.
Persistimos, aprendemos juntos, e ele mamou até os 2 anos e 7 meses”.
Com Luna, a experiência
está sendo mais fluida. Letícia já sabia o caminho, mas ainda assim precisou
reaprender. “Hoje tenho mais habilidade e facilidade. Mas continuo acreditando
que amamentar é uma escolha, difícil, mas maravilhosa. O vínculo, os olhares, o
amor transmitido. Tudo isso renova minha energia”.
Letícia também
desmistificou um dos maiores mitos que cercam a amamentação: o de que o leite
materno não sustenta o bebê. “Me disseram que ele chorava de fome, que o leite
não era suficiente. Mas até os 6 meses, Jean só tomou leite materno (nem água)
e era um bebê saudável, pesando 9,5 kg. O super leitinho era poderoso”,
reconhece.
Quando
a amamentação não dá certo
Apesar de histórias como
a de Letícia, nem todas as mães conseguem viver esse vínculo da forma
idealizada. A pediatra Izabella Sad Barra, professora na Afya Faculdade
Redenção (antiga Fesar/Afya), reforça que nem sempre o desejo de amamentar é
suficiente. Questões físicas como fissuras nos mamilos, leite empedrado,
obstrução dos ductos ou mastite podem tornar o processo doloroso e frustrante.
Além disso, fatores como ansiedade e estresse também afetam diretamente a
produção de leite.
“Quase todos os problemas
têm solução, mas é preciso acolher e esclarecer as dúvidas da família. Se for
necessário complementar com fórmula, isso não é culpa de ninguém”, afirma
Izabella. O mais importante, segundo ela, é garantir que o bebê seja nutrido
com segurança e que a mãe se sinta apoiada em sua jornada.
A psicóloga Vanessa
Feitoza Silva, coordenadora do Núcleo de Experiência Discente da Afya Faculdade
de Ciências Médicas de Marabá (antiga Facimpa), explica que a pressão social em
torno da amamentação, embora muitas vezes bem-intencionada, pode gerar impactos
profundos na saúde mental materna. “A amamentação virou sinônimo de boa
maternidade. Quando a mãe não consegue amamentar, ela se sente inadequada,
frustrada, e até culpada — como se tivesse falhado com o bebê e com ela mesma”.
Esse sofrimento emocional
pode ser agravado por fatores como ansiedade, dor, baixa produção de leite ou a
necessidade de interromper precocemente o vínculo por conta do retorno ao
trabalho. Em vez de focar na relação afetiva com o bebê, muitas mães passam a
se cobrar uma performance perfeita, o que fragiliza o vínculo e intensifica o
desgaste emocional do puerpério.
Vanessa também alerta
para os sinais sutis da depressão pós-parto, que muitas vezes são confundidos
com o “normal” da maternidade. Irritabilidade constante, sensação de desconexão
com o bebê, alterações de sono e apetite, e pensamentos recorrentes de
inadequação podem indicar que a mãe está emocionalmente sobrecarregada.
“Cuidar da saúde mental
da mãe é essencial para fortalecer o vínculo com o bebê. A psicoterapia oferece
um espaço seguro para que ela possa expressar suas frustrações, ressignificar
sua experiência e reencontrar sua força emocional”. A maternidade, reforça
Vanessa, vai muito além da amamentação: é feita de presença, cuidado,
acolhimento e afeto.
Agosto
Dourado: mais que incentivo, acolhimento
É nesse ponto que o
Agosto Dourado precisa ir além da celebração. A campanha, que promove o
aleitamento materno como base da saúde infantil, também deve acolher as mães
que enfrentam dificuldades. Porque amamentar não é apenas um ato biológico, é
também emocional, social e psicológico.
Apoiar a amamentação é,
acima de tudo, apoiar a mulher em sua integralidade. Seja com leite no peito ou
com afeto nos braços, toda mãe merece ser reconhecida, respeitada e acolhida.
Simpósio
Aleitamento Materno
E, como forma de apoiar o
Banco de Leite de Marabá, a Liga Acadêmica Interdisciplinar de Saúde da Mulher
(Laismu), da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Marabá, promove no dia 29 de
agosto o II Simpósio sobre Aleitamento Materno. Com o tema: “Conexões Douradas”,
o evento abordará temas do Agosto Dourado, incluindo importância, benefícios e
técnicas de amamentação. O evento acontecerá a partir das 18h, nas instalações
da Afya Marabá e as inscrições podem ser realizadas pelo link no perfil da Liga
- @laismu.facimpa, mediante doação de pote de vidro com tampa plástica que
serão repassadas para o Banco de Leite de Marabá.
Serviço:
Sobre a Afya
Afya, maior hub de
educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de
Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e
20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e
de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação
(MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos.
Pioneira em práticas
digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a
cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução
digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers.
Primeira empresa de
educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do
jornal Valor Econômico, incluindo "Valor Inovação" (2023) como a mais
inovadora do Brasil, e "Valor 1000" (2021, 2023 e 2024) como a melhor
empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o
melhor CEO na área de Educação pelo prêmio "Executivo de Valor"
(2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com
ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e
Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br. (Elizabeth Ribeiro/Ascom/Facimpa)
Imagem: Ascom/Facimpa
Letícia passou por dois momentos distintos durante a amamentação, mas ambos gratificantes
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