sexta-feira, 8 de abril de 2011

ONDE VAMOS PARAR?

Não resisti;
Fui às lágrimas;
Nem agüentei acompanhar toda a matéria,
Tão sensibilizado fiquei.
Nos meus mais de 30 anos militando no Jornalismo,
Posso assegurar que já convivi com muitas desgraças, nas mais diferentes nuances da vida...
Já acompanhei muitos prantos,
Testemunhei muitas famílias desamparadas e desagregadas;
Enquanto profissional de Imprensa,
Aprendi a calejar a alma diante de tantas adversidades;
Mas ontem chorei...
Por também ser pai,
E por ter me colocado no lugar de tantos pais,
Lá, na distante Realengo,
Que ainda hoje não entendem o que realmente aconteceu.
Chorei pela minha filha, na pré-adolescência,
Que também, provavelmente ainda sem entender direito os percalços da vida,
Também chorou ao ver tanto rastro de sangue;
Chorei pelo filho, debutando na juventude,
Que longe de mim,
Já busca os próprios caminhos;
Chorei pela insegurança que nos ronda,
Mesmo onde pensamos estar seguros;
Minha alma chora, contristada,
Ao ver tantas mães em prantos,
No desespero pelas perdas prematuras,
por tantos sonhos interrompidos,
e num momento em que a vida parecia florir.
Sim, já escrevi sobre muitas tragédias da vida,
Mas nenhuma, asseguro, com a dimensão da que abalou pais e alunos da escola
“Tasso da Silveira Brasil”, em Realengo, zona oeste da hoje enlutada Rio de Janeiro. E, que deixa também, todo um Brasil enlutado.
Deus, por que tanta dor????? 

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