NILSON SANTOS*
Doeu
bastante!
Ah!
Quanto doeu!...
A
cada enxadada, rasgando a terra molhada,
Era
meu coração que singrava;
E
sangrava,
Sangrava
bastante.
Quanto
mais a terra se abria pelos golpes da enxada,
Meu
coração se comprimia em dor.
Minhas
lágrimas rolaram,
Solidária
com a dor da terra,
Torturada
pelas enxadadas:
Um,
dois, três, não sei quantos golpes,
Na
terra molhada,
Talvez
até pelas minhas lágrimas,
Que
escorriam silenciosamente,
Como
que a respeitar aquele momento.
- Mas
não foi por isso que chorei,
E
que choro em cada momento,
Quando
bate a saudade dela.
Já
não tenho mais a companheira a me esperar,
A
festejar a minha volta,
A
cantar as canções,
Que
só eu mesmo entendia.
Tudo
voltou a ser mais triste,
A
solidão torna a me torturar;
E
quando olho,
Para
aquele canto agora vazio,
Que
se fazia o mundo dela,
A
dor se faz ainda maior;
A
dor da perda,
Da
minha pequenina “poodle”;
A Nina,
De
quem nunca mais terei o acalanto...
...
Levado pelos rodados de um carro qualquer.
Por
isso,
Somente
por isso,
Choro
a saudade de uma amiga fiel,
Que
deve estar no “céu”,
Onde
só entram as “almas” verdadeiramente puras.
Adeus,
Nina,
A
minha pequenina “poodle”.
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