segunda-feira, 10 de março de 2014

ISOLADOS

     Moradores do Projeto de Assentamento Patauá, zona rural de Marabá, estão completamente isolados do resto do mundo.

     O acesso àquela Vila somente pelo município de São Domingos do Araguaia, um total de 90 quilômetros.

     Setenta dos quais de estrada de chão, muita piçarra, pedra e cascalho.

     A estrada é cortada por alguns riachos.

     Estes transponíveis através de "pinguelas".

     Isso mesmo: "pinguelas".

     Aliás, todas arrastadas pelas fortes enxurradas, consequência dos grandes temporais que têm castigado a região nos últimos meses.

      O resultado é que a trafegabilidade de veículos, de todos os tipos e espécie, está totalmente prejudicada.

     A comunidade do Patauá tentou resolver o problema, pais de família se cotizaram e, por conta própria, compraram bueiras para viabilizar o acesso.

     Mas, sem uma pessoa especializada para orientar a colocação das peças, o esforço foi em vão.

    As bueiras foram arrastadas pela correnteza.

    Parte dessa estrada vicinal para o Patauá pertence ao município de São Domingos do Araguaia, enquanto outros quilômetros, à Marabá.

     Mas, tanto uma quanto a outra Prefeitura estão completamente ausentes de suas responsabilidades para com aquele povo esquecido.

     Só resta às famílias do vilarejo, quase duas mil, (cerca de mil votos) aguardar pela temporada de verão, que as chuvas cessem para que os riachos baixem e as "pinguelas" voltem a ser viabilizadas novamente.    
     Porque, pontes de verdade, não há qualquer promessa nesse sentido.

     O acesso para àquele assentamento, atualmente, somente pela Vila Fortaleza, São Geraldo do Araguaia.

    Um acréscimo de cerca de 150 quilômetros.

     Também há uma rota de fuga, pela área de reflorestamento da Cosipar e passando pelas fazendas Cabaceiras, Mutamba, entre outras.

     Até que é um trecho mais curto, varando na BR-155, saindo quase na Vila Sororó.

     Mas, por ali, a vicinal também está igualmente cortada.

    Haja sofrimento para o povo do Patauá.


             
Este riacho transbordou e impede a passagem de veículos


A "ponte" de madeira foi arrastada pela enxurrada

Vergonha: até chegar ao Patauá são várias as "pinguelas" como esta

Um risco constante para motoristas que, diariamente, são obrigados a viajar por esta estrada
  

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