Trabalhadores
bebiam água de rio sujeito à contaminação por agrotóxicos.
Situação degradante de funcionários foi atestada por fiscais do MPF.
G1/PA
Uma
operação de fiscalização flagrou trabalhadores em condições análogas à
escravidão na Fazenda São José, no município de Floresta do Araguaia, no sudeste do Pará.
De acordo com informações
divulgadas nesta quarta-feira (13) pelo Ministério Público Federal (MPF), não
haviam banheiros e água tratada para os cinco funcionários da fazenda, que eram
acomodados em barracos de lona e bebiam água no mesmo rio em que lavavam as
roupas que usavam para aplicar agrotóxicos e veneno nas plantações.
O MPF informou que aplicou multas e vai buscar a
responsabilização
penal dos proprietários por submeter os trabalhadores à condição análoga a de
escravos, crime previsto no artigo 149 do Código Penal, que sujeita os
condenados a penas que variam de dois a oito anos de prisão e multas.
Segundo o MPF, os trabalhadores também faziam aplicações
de veneno sem
nenhum equipamento de segurança.
O mesmo proprietário da fazenda possui um
terreno anexo
utilizado para a criação de gado e, no local, um trabalhador
também foi encontrado em condições degradantes pela fiscalização.
Operação
- Duas outras fazendas foram autuadas durante a operação de fiscalização,
realizada entre o final de abril e o início de maio de 2015 no sudeste do Pará.
Além do MPF, participaram da operação o Ministério do Trabalho, a Polícia
Rodoviária Federal e o Ministério Público do Trabalho.
Na Fazenda Mangueira, situada a 11 quilômetros de Marabá, e na Fazenda Lago Grande, na divisa entre os municípios de Curionópolis e Eldorado dos Carajás, foram detectadas violações à legislação trabalhista, como trabalhadores sem carteira assinada.
As infrações trabalhistas resultam em punições administrativas para os responsáveis, mas não tem consequências penais.
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