Paulo Rosa da Silva Júnior, que até a sua morte presidia o Sindicato Rural de Itupiranga (SRI), teve uma vida bastante tumultuada. Assim como o pai dele, o também pecuarista Paulo Rosa da Silva, o “Paulo Gordo”. Ambos se envolveram em vários litígios, sempre por conta da disputa pela posse da terra e, segundo informações da própria polícia, também pela retirada ilegal de madeira de lei de áreas protegidas.
Mas foi por conta da morte do sindicalista Domingos Sales da Silva, o “Domingão”, em 8 de novembro de 2005, que pai e filho foram parar na cadeia. O então presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itupiranga (STRI) foi executado a mando dos dois, segundo ficou comprovado mediante investigações comandadas pelo delegado André Nunes Albuquerque, este também assassinado ano passado. O executor do crime, o pistoleiro Francisco José de Queiroz, foi preso em 7 de fevereiro do ano passado na cidade de Aparecida de Goiânia (GO). Além de incriminar os dois Paulos, Queiroz confessou ainda ter recebido R$ 10 mil pela empreitada.
Presos e mandados para o Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama), em 2006, naquele mesmo ano “Paulo Gordo”, talvez por não ter resistido ao confinamento, morreu vítima de ataque cardíaco em uma das celas da penitenciária. Já Paulinho foi liberado graças à habeas corpus concedido pela Justiça e, vinha respondendo ao processo em liberdade. Nem por isso, dizem testemunhas, ele teria deixado de trilhar caminhos tortuosos, a margem da lei.
Apesar disso, de toda essa folha corrida e da vida pregressa da vítima, a polícia não deve arrefecer os esforços no sentido de identificar e, consequentemente prender, mandante e autores da morte de Paulo Júnior. Para que não paire no ar o sentimento de impunidade nem fomente ainda mais o clima de insegurança que paira naquele município. Coincidência ou não, Paulinho foi executado uma semana depois de divulgada uma pesquisa feita em nível nacional, onde aponta Itupiranga como a cidade mais violenta do sudeste do Pará, em termos de homicídios, superando até mesmo Marabá, cuja população é infinitamente superior. (Nilson Santos)
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