Dando o tom de como vai conduzir seu governo, o
prefeito João Salame deixou claro na reunião que teve ontem com as coordenações
dos sindicatos dos servidores Educação (Sintepp), Saúde (Sintesp) e do
Município (Servimar) que não vai permitir a farra de contrações de
comissionados e que vai cortar na própria carne, se necessário, para equacionar
as contas da prefeitura e manter a governabilidade.
Ele garantiu aos sindicatos
que vai pagar os salários atrasados e também o vale alimentação, mas ressaltou
que vai fazer isso de forma escalonada para que não haja o engessamento da máquina
e áreas essenciais sejam prejudicadas, como a saúde.
O prefeito pediu aos sindicalistas que ajudem nesse
momento, ressaltando que atitudes radicais podem comprometer a funcionalidade,
se reportando a discussão quanto às ações judiciais que os sindicatos entraram
pedindo o bloqueio das contas da prefeitura ainda na gestão passada.
Ele
observou que à época a atitude era necessária porque não havia qualquer
manifestação do governo, coisa bem diferente de hoje quando há, de sua parte,
todo o interesse em sanar os problemas.
“Sou aberto ao diálogo e quero resolver, junto com
vocês, esses problemas. Por isso, peço que avaliem essa situação”, ressaltou
Salame ante a informação dos sindicatos que a decisão da Justiça sobre o
bloqueio pode sair a qualquer momento.
No geral, os sindicalistas entendem que a dívida
deixada pela gestão passada é grande.
Só com servidores somam quase R$ 50
milhões. Algumas situações requerem uma solução mais imediata, como é o caso do
vale transporte.
É que alguns servidores já estão faltando serviço porque não
têm como se locomover.
Em comum acordo com os sindicatos ficou definido a
liberação de uma parcela do benefício nesta quinta-feira, já que existem duas
atrasadas.
No caso do vale alimentação, que já são oito meses atrasados, o prefeito
sugeriu e todos concordaram que se faça uma parceria com os supermercados para
liberar crédito aos servidores, dando preferência aos cargos de ensino
fundamental e médio, que ganham menos.
Quanto a Educação, ele garante que pagará já o mês
de janeiro até o dia 20 e, que se os recursos que entrarem esse mês nas contas
da prefeitura forem suficientes, ele pagará também o mês de dezembro.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima
segunda-feira, dia 14, para que seja discutido com mais detalhes, já com base
nos números da arrecadação municipal, uma vez que os maiores volumes de
recursos entram nas contas da prefeitura no dia 10 de cada mês.
Ele informou ainda que até quarta-feira estará emitindo decreto suspendendo todos os patrocínios e convênios, por um período de 6 meses. João Salame adiantou também que vai criar um fundo para se prevenir contra os efeitos da enchente e criar um fundo de reserva de 1/12 mensal para garantir o pagamento do 13º salário dos servidores.
"Sou aberto ao diálogo e quero resolver junto com vocês esses problemas" |
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