quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ALMIR GABRIEL SEPULTADO EM CASTANHAL

      O cortejo com o corpo do ex-governador do Pará Almir Gabriel chegou ao cemitério São Francisco, no município de Castanhal, no início da tarde desta quarta-feira (20), onde foi sepultado. 

     Após descer da viatura, a urna, coberta por bandeiras, foi conduzida por homens do Corpo de Bombeiros. Autoridades e população acompanharam o sepultamento.

     O ex-governador do estado do Pará, Almir Gabriel, 80 anos, morreu no início da manhã de terça-feira (19), em um hospital particular de Belém onde estava internado em estado grave. O corpo de Almir foi velado em Belém e enterrado em Castanhal, sua cidade natal.

Quem foi Almir Gabriel
     Filho de Ignácio Cury Gabriel e Palmira de Oliveira Gabriel. 

     Formado em Medicina pela Universidade Federal do Pará, dirigiu o hospital Barros Barreto e também a Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária do Ministério da Saúde. 
     
     Secretário de Saúde e depois Secretário de Segurança no segundo governo Alacid Nunes (1979-1983) aproximou-se do PMDB em 1982 quando a porção alacidista do PDS confrontou o senador Jarbas Passarinho e apoiou o nome de Jáder Barbalho ao governo do estado levando o candidato Oziel Carneiro à derrota. 

     Como parte do acordo político entre o novo governador e seu predecessor é nomeado prefeito de Belém (1983-1986) em substituição ao empresário Sahid Xerfan que fora defenestrado por Barbalho cinco meses após a posse.

     Consumada a coligação PMDB-PDS visando o pleito de 1986 o grupo de Alacid Nunes migrou para o PFL e a coligação já referida venceu as eleições por larga margem com Hélio Gueiros governador do Pará, tendo Almir Gabriel e Jarbas Passarinho como senadores aptos a participar da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição Brasileira de 1988. 

     Após deixar o PMDB foi um dos fundadores do PSDB, às vésperas das eleições municipais de 1988.

     Escolhido candidato a vice-presidente na chapa de Mário Covas nas eleições presidenciais de 1989 não passou do primeiro turno e em 1990 foi o terceiro colocado na disputa pelo governo do Pará, em um pleito no qual Jáder Barbalho derrotou o petebista Sahid Xerfan em segundo turno.

     Em 1994 foi eleito governador do Pará ao derrotar Jarbas Passarinho em segundo turno sendo reeleito em 1998 após derrotar Jáder Barbalho nas mesmas condições. 

Em 2002 elegeu Simão Jatene como seu sucessor.

     Depois de 4 anos afastado da vida pública, voltou à cena política novamente como candidato ao governo do Pará nas eleições de 2006 tendo Valéria Pires Franco como candidata a vice-governadora pela coligação “União pelo Pará”. 

     Apurados os votos teve cerca de 44% dos sufrágios, porém o apoio de Jáder Barbalho à então senadora Ana Júlia Carepa (PT), o apoio do então presidente Lula e dissidências na chapa governista foram determinantes para a sua derrota em segundo turno, passando a figurar na oposição ao novo governo.

     Governo do Estado

     Seus dois mandatos à frente do governo do Estado foram marcados pelo investimento em infra-estrutura, como o Tramoeste, o novo Estádio Olímpico, a Macrodrenagem, a Alça Viária, o porto de Vila do Conde, entre outros. 

     Gabriel investiu também em obras turísticas. 

  Reformulou a orla do Maçarico, em Salinópolis, e revitalizou diversos pontos turísticos da capital, Belém. 

     Sob seu governo, foram reformados o Forte do Castelo de Belém, a Casa das Onze Janelas, a Catedral da Sé, a Igreja de Santo Alexandre e o Mangal das Garças. 

    Ainda na área turística, o tucano investiu em revitalizações. 

    Transformou o então presídio São José num polo joalheiro, enviando os presos para penitenciárias do interior. 

   Parte do antigo porto de Belém foi transformada no Estação das Docas, considerado por muitos o cartão postal da cidade.

    Foi em seu governo que ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás, ação policial que terminou com a morte de 19 trabalhadores ligados ao Movimento dos Sem Terra (MST), sendo pelo menos 10 sem-terra executados, segundo o legista Nelson Massini, que fez a perícia dos corpos. 

    Além disso, mais três sem-terra morreram tempos depois, em consequência das sequelas, e 66 mutilados físicos. 

    O caso teve repercussão nacional e internacional. 

 Contudo nunca se provou qualquer associação do governador Almir Gabriel com o resultado da ação policial, tendo o Ministério Público já se manifestado a respeito, isentando o governador de qualquer responsabilidade criminal. 

     Tampouco seria interessante para o PSDB e outros grupos de mesmos interesses políticos e econômicos aprofundar as investigações que associassem o nome do então governador Almir Gabriel com possível envolvimento na ação truculenta da polícia. 

    Apenas foi mencionado que o Secretário de Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara, declarou, depois do ocorrido, que autorizara “usar a força necessária, inclusive atirar”.

   Após crises internas com o partido que ajudou a fundar, Almir sai do PSDB em dezembro de 2009. 

   Em 2010, ele apoiou a reeleição da candidata Ana Julia (PT), ao governo do Estado. 

   Mas, apesar do apoio do ex-governador, Ana Julia foi derrotada por Simão Jatene no pleito. 

   Em setembro de 2011, Almir Gabriel se filiou ao PTB, partido do então prefeito de Belém, Duciomar Costa.

    Almir Gabriel chegou a declarar seu projeto para disputar a prefeitura de Belém no pleito de 2012, e seu nome foi cogitado pelo PTB como sucessor de Costa, que governou a capital paraense por dois mandatos consecutivos.

   No entanto, Anivaldo Vale, vice-prefeito de Duciomar, acabou sendo escolhido para a disputa, e teve o apoio político de Almir, mas foi derrotado ainda no primeiro turno. (Copilado do Blog do Zé Dudu)

                             Imagens: Dol online










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