sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

ELEIÇÕES DA AMAT: DEU TUCURUÍ NA CABEÇA


     Sancler Ferreira, prefeito de Tucuruí, é o mais novo presidente da Associação dos Município do Araguaia-Tocantins (AMAT).
    
     A eleição aconteceu na manhã desta sexta-feira (22), no auditório do Itacaiúnas Hotel.
     
     O resultado final das eleições magoou profundamente o concorrente de Sancler, o prefeito de Marabá João Salame Neto.
     
     Em nota enviada à Imprensa Salame expõe os motivos de seu descontentamento.
     
     Confira:


Eleições na Amat: “Não podia me omitir”
João Salame Neto
Prefeito de Marabá

     Nesta sexta-feira aconteceu a eleição para a presidência da Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins (Amat). 

     Essa entidade surgiu com forte compromisso com a criação do Estado de Carajás.

     Não era minha intenção participar desta eleição, pois tenho grandes desafios a enfrentar diante do caos que recebi a prefeitura de Marabá. 

     No entanto, participar passou a ser importante diante da conformação da única chapa que existia, encabeçada pelo prefeito de Tucuruí, Sancler Ferreira. 

     Decidi apresentar meu nome para que uma verdadeira farsa não fosse consumada sem nenhuma reação.

     O prefeito de Tucuruí não moveu uma palha na luta pela criação do Estado de Carajás. 

     Não participou de um comício, de uma reunião sequer. 

     Nem mesmo no seu município. 

     Não por acaso foi justamente em Tucuruí que tivemos a menor votação no plebiscito. 

     Cerca de 66% dos votos, contra mais de 95% na maioria dos municípios da região.

     Não seria justo que exatamente esse prefeito se tornasse presidente da Amat, que tem no seu estatuto a luta pela criação do Estado de Carajás como prioridade.

     Mais grave ainda é que sua candidatura passou a ser articulada diretamente pelo governo do Estado, que liberou secretários para montar acampamento em Marabá oferecendo asfalto para os prefeitos votarem na sua chapa.

     Vários prefeitos confessaram este fato.

     Um outro chegou a dizer que sua fazenda foi invadida e se não votasse no candidato do Governo, a polícia não iria retirar os ocupantes de sua propriedade.

     Esses fatos revelam que a Amat perdeu importância. 

     Deixou de unir os prefeitos para lutar pelo Carajás, pela hidrovia do Araguaia Tocantins, pela pavimentação de nossas estradas, pra se impor diante do Governo do Estado e exigir tratamento igual ao que é dado à prefeitura de Belém. 

     Só na data da eleição da Amat ela volta a ter alguma importância como moeda de troca para migalhas, para promessas na maioria das vezes não cumpridas.

     Tinha a obrigação de trazer esses fatos ao povo de Marabá, pois a Amat recebe quase R$ 20 mil por mês do nosso município. 

     Ou quase R$ 1 milhão de reais em quatro anos de governo. 

     Dinheiro que faz falta na solução dos graves problemas por que passa Marabá. 

     Sobretudo para alimentar uma entidade cuja maioria dos seus membros perdeu qualquer perspectiva de ação coletiva, abandonou qualquer compromisso com a luta maior do povo de Carajás.

     Disputei para não compactuar com isso. 

     Infelizmente, como a votação é secreta, não temos como revelar os nomes dos 10 prefeitos que nos prestigiaram com o seu voto. 

     Que resistiram a todo tipo de pressão. 

     A esses meu mais profundo agradecimento. 

     Ao povo de Marabá, a quem verdadeiramente devo obrigações, a certeza de que valorizaremos cada centavo que entra nos cofres da prefeitura, impedindo que esse dinheiro seja usado para financiar atividades que vão contra a luta histórica de nosso povo pela criação do estado de Carajás.

     Marabá, 22 de fevereiro de 2013.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que João Salame não conhece a história da AMAT. Ela não surgiu com intenção de criação de Estado. Ela foi criada no primeiro mandato do Haroldo Bezerra no final da década de 70. Para fortalecer os municípios da região. Ela foi fortalecida com o Pacto federativo da constituição de 1988.
Salame ta confundindo as coisas.