Sancler Ferreira, prefeito de Tucuruí, é o mais novo presidente da Associação dos Município do Araguaia-Tocantins (AMAT).
A eleição aconteceu na manhã desta sexta-feira (22), no auditório do Itacaiúnas Hotel.
O resultado final das eleições magoou profundamente o concorrente de Sancler, o prefeito de Marabá João Salame Neto.
Em nota enviada à Imprensa Salame expõe os motivos de seu descontentamento.
Confira:
João Salame Neto
Prefeito de Marabá
Nesta sexta-feira
aconteceu a eleição para a presidência da Associação dos Municípios do Araguaia
e Tocantins (Amat).
Essa entidade surgiu com forte compromisso com a criação do
Estado de Carajás.
Não era minha intenção
participar desta eleição, pois tenho grandes desafios a enfrentar diante do
caos que recebi a prefeitura de Marabá.
No entanto, participar passou a ser
importante diante da conformação da única chapa que existia, encabeçada pelo
prefeito de Tucuruí, Sancler Ferreira.
Decidi apresentar meu nome para que uma
verdadeira farsa não fosse consumada sem nenhuma reação.
O prefeito de Tucuruí
não moveu uma palha na luta pela criação do Estado de Carajás.
Não participou
de um comício, de uma reunião sequer.
Nem mesmo no seu município.
Não por acaso
foi justamente em Tucuruí que tivemos a menor votação no plebiscito.
Cerca de
66% dos votos, contra mais de 95% na maioria dos municípios da região.
Não seria justo que exatamente
esse prefeito se tornasse presidente da Amat, que tem no seu estatuto a luta
pela criação do Estado de Carajás como prioridade.
Mais grave ainda é que
sua candidatura passou a ser articulada diretamente pelo governo do Estado, que
liberou secretários para montar acampamento em Marabá oferecendo asfalto para
os prefeitos votarem na sua chapa.
Vários prefeitos confessaram
este fato.
Um outro chegou a dizer
que sua fazenda foi invadida e se não votasse no candidato do Governo, a
polícia não iria retirar os ocupantes de sua propriedade.
Esses fatos revelam que
a Amat perdeu importância.
Deixou de unir os prefeitos para lutar pelo Carajás,
pela hidrovia do Araguaia Tocantins, pela pavimentação de nossas estradas, pra
se impor diante do Governo do Estado e exigir tratamento igual ao que é dado à
prefeitura de Belém.
Só na data da eleição da Amat ela volta a ter alguma
importância como moeda de troca para migalhas, para promessas na maioria das
vezes não cumpridas.
Tinha a obrigação de
trazer esses fatos ao povo de Marabá, pois a Amat recebe quase R$ 20 mil por
mês do nosso município.
Ou quase R$ 1 milhão de reais em quatro anos de
governo.
Dinheiro que faz falta na solução dos graves problemas por que passa
Marabá.
Sobretudo para alimentar uma entidade cuja maioria dos seus membros
perdeu qualquer perspectiva de ação coletiva, abandonou qualquer compromisso
com a luta maior do povo de Carajás.
Disputei para não
compactuar com isso.
Infelizmente, como a votação é secreta, não temos como
revelar os nomes dos 10 prefeitos que nos prestigiaram com o seu voto.
Que
resistiram a todo tipo de pressão.
A esses meu mais profundo agradecimento.
Ao
povo de Marabá, a quem verdadeiramente devo obrigações, a certeza de que
valorizaremos cada centavo que entra nos cofres da prefeitura, impedindo que
esse dinheiro seja usado para financiar atividades que vão contra a luta
histórica de nosso povo pela criação do estado de Carajás.
Marabá, 22 de fevereiro de 2013.
Um comentário:
Acho que João Salame não conhece a história da AMAT. Ela não surgiu com intenção de criação de Estado. Ela foi criada no primeiro mandato do Haroldo Bezerra no final da década de 70. Para fortalecer os municípios da região. Ela foi fortalecida com o Pacto federativo da constituição de 1988.
Salame ta confundindo as coisas.
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