segunda-feira, 23 de março de 2015

23 DE MARÇO: UM ANO SEM PONTE NO RIO MOJU

     23 de março de 2015. 
     
     Hoje completa exatamente um ano sem a ponte sobre o 
rio Moju.
     
     Que teve a sua estrutura danificada por conta de uma 
colisão provocada por uma balsa carregada de dendê.
     Por conta do "aniversário", sem que até o momento o 
governo do Estado, leia-se Simão Jatene, tenha conseguido 
cumprir o calendário estipulado, por ele mesmo, para 
recuperar o trecho da ponte que rompeu no acidente, várias 
manifestações estão ocorrendo ao longo da rodovia PA-150.

     Vários municípios do sul e sudeste do Pará foram, e estão 
afetados pela inércia governamental.

     É que, sem a ponte, a 4ª que compõe o complexo da Alça 
Viária, o escoamento das produções oriundas dessas regiões 
está seriamente afetada

     Um prejuízo incalculável para economia regional.

     Em Moju, estava previsto inclusive a interdição das 
balsas, no dia de hoje, para impedir a travessia de veículos.

     Mas o juiz local expediu uma liminar proibindo a 
interdição das balsas.

     Estipulando multa de R$ 100 mil/dia para os líderes da 
manifestação, caso as balsas sejam impedidas de trabalhar.

     O policiamento foi reforçado no município.

     Mas em outros pontos da PA-150, a rodovia está 
interditada desde as primeiras horas da manhã de hoje.

     No quilômetro 40, na localidade Olho D'Água; e no 
quilômetro 60, às proximidades do município de Tailândia, 
moradores fizeram piquetes e tocaram fogos em pneus, para 
impedir a passagem de veículos.

     Tudo para chamar a atenção das autoridades.

     O governador já anunciou, através de nota, que a 
recuperação da ponte se dará ao longo de mais dez meses.

     O projeto, segundo ele, está orçado em cerca de R$ 37 
milhões.

     Nesses 365 dias, segundo cálculos, o governo já teria gasto 
algo em torno de R$ 18 milhões com o aluguel de duas 
balsas que foram disponibilizadas, de forma gratuita à 
população, para fazer o transbordo do rio.

     Dinheiro que deve dobrar, já que mais uma balsa foi 
locada na semana passada, visando dar mais agilidade na 
travessia.

     Dinheiro do contribuinte que está descendo, não pelo 
ralo, mas pela correnteza do rio Moju, enquanto a passarela 
que cedeu, da pilastra 14, continua oferecendo perigo aos 
navegantes.

     É esperar pelos próximos dez meses.


Hoje completa um ano que a ponte sobre o rio Moju está assim, desse jeitinho

A única obra no local até agora foi a colocação de escoras metálicas, para segurar a passarela

                                      Imagem: DOL
No quilômetro 40, pneus queimados no meio da pista impedem a passagem de veículos
       

     EM TEMPO
       Sobre as obras para recuperação do trecho da ponte do rio Moju, interessante se inteirar das providências através da matéria "chupada" do site do Hirohi Bogea:

     Pelo menos,  dez meses é o tempo estipulado por técnicos para a entrega definitiva da ponte sobre o rio Moju, atingida por balsa.
     A retirada das “línguas” de concreto, partes que ficaram penduradas às duas extremidades da ponte sobre o rio Moju, marca o início da segunda etapa de reconstrução da estrutura que foi abalada durante a manobra mal sucedida de uma balsa carregada com quase 900 toneladas de óleo de dendê, em março do ano passado.
     A principal ferramenta para executar esse processo chama-se A-Frame e foi desenvolvida para uso exclusivo nessa segunda etapa de reconstrução da ponte, que liga a Região Metropolitana de Belém ao sul e sudeste do Estado.
     O A-Frame (abaixo) atuará na contenção da sobrecarga que será gerada naturalmente durante o processo de corte das “línguas” de concreto, que pesam, cada uma, cerca de 190 toneladas.
     O equipamento possui quase sete metros de altura (o equivalente a um prédio de dois andares), 14m de comprimento, 2,40m de largura e capacidade para sustentar cargas superiores a 200 toneladas. Desenvolvido por empresas especializadas em São Paulo, a ferramenta tem chegada prevista para o início dessa semana, em Belém.
     O uso do A-Frame vai exigir a atuação conjunta de vários órgãos do governo do Estado no entorno e na própria ponte sobre o rio Moju, onde será instalada a maior parte do equipamento. A mobilização envolve equipes de engenharia e construção civil, mergulhadores especializados, equipamentos de última geração e um minucioso plano de operações elaborado para que a obra seja feita com risco zero, mínimo impacto ambiental, máxima segurança estrutural e no menor tempo possível.

     A estrutura em aço do A-Frame consegue equilibrar os movimentos de tração e compressão feitos durante a remoção dos dois pedaços de concreto pendurados na ponte. Semelhante a um pórtico, o equipamento possui barras de aço horizontais e verticais articuladas, equipadas com quatro stand-jacks e macacos hidráulicos controlados por computador. Tudo voltado para a movimentação de grandes cargas. 

     A ponte sobre o rio Moju, construída no quilômetro 48 da Alça Viária, possui 868 metros e foi inaugurada em setembro de 2002.

     O tempo de avaliação dos impactos sociais e ambientais para cada atividade realizada até agora no processo de reconstrução da ponte sobre o rio Moju é um aliado necessário, mas nem sempre aceitável. 

     No entanto, o que para boa parte das pessoas que precisam se deslocar por aquele perímetro da Alça Viária pode parecer ausência de trabalho, é, na realidade, uma contingência do projeto.

     A implantação de dois novos pilares de sustentação, um de cada lado da ponte, por exemplo, é uma prova do cuidado com a precisão da obra. 

     Esses pilares foram construídos sobre uma balsa fundeada às margens do Rio Moju, que precisou, por sua vez, de dragagem e aumento do calado para estabilizar a embarcação. Alguns blocos de concreto dos escombros da ponte também precisaram ser retirados.

     Na etapa em curso, as ruínas submersas do pilar afetado estão sendo fustigadas por um equipamento semelhante a uma britadeira, chamado rompedor hidráulico. Os operários retiram os blocos de concreto da água e colocam numa balsa, seguindo as normas ambientais. 

     No canteiro de obras montado ao lado da estrutura atingida, uma balsa, dois rebocadores e uma lancha garantem a eficiência do serviço.

     Cumpridas essas etapas, o projeto entra, agora, na fase de utilização do A-Frame, que tem na delicada operação de instalação do equipamento um dos momentos mais complexos.

     Embora o choque da balsa tenha incidido sobre o pilar 14, causando um colapso de 72 metros (cada “língua” tem 36 metros), a remoção alcançará 240 metros de extensão, entre os vãos 12 e 17. Todo concreto retirado da ponte será reutilizado pela Prefeitura de Moju em obras da administração municipal.

     “É uma obra extremamente complexa, cercada de cuidados e que exige um aparato tecnológico de alta precisão, bem como um trabalho de logística e apoio operacional”, explica Tiago Garcia, engenheiro responsável pela obra. “Além do processo de engenharia minucioso, que prioriza a preservação de parte da estrutura, ainda temos a questão das variações causadas pelo vento e pela maré”, complementa.

     Um dos trabalhos posteriores à recuperação é a revisão de toda a sinalização fluvial, para que seja descartada a possibilidade de novos acidentes.

     A ponte é toda iluminada, tanto em cima quanto embaixo, e possui faixas refletivas nos pilares, conforme exige a Marinha. Mas a sinalização será revista e reforçada, por prudência.

     No mês passado, o governador Simão Jatene deixou claro, em uma postagem feita em rede social, que a demora na recuperação da ponte não deriva somente da complexidade da obra, mas principalmente do cuidado com a segurança da estrutura física, dos operários e da natureza no entorno.


     Concentra-se aqui a principal atividade nesta segunda etapa de reconstrução da ponte, após a qual os serviços deverão ganhar maior velocidade, para que a obra seja integralmente concluída no prazo de dez meses. (Na íntegra)

Peças do A-Frame, quando ainda sendo montado em São Paulo

As peças do pesado equipamento já começaram a chegar em Moju

Nenhum comentário: