Em palestra para vereadores, Ítalo
Ipojucan apresentou dados importantes sobre o potencial econômico de Marabá e
região
A Câmara Municipal de Marabá (CMM) realizou na tarde desta terça-feira (12), mais uma reunião do ciclo de debates sobre
desenvolvimento criado pelo atual presidente do Poder Legislativo, Miguel Gomes
Filho, o Miguelito.
Desta vez, o empresário e presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM), Ítalo Ipojucan, falou para os
vereadores e assessores da Casa sobre o desenvolvimento da região.
O tema
abordado foi “Cenários e Perspectivas Econômicas
para Marabá e Região”.
Miguel Gomes Filho abriu
a reunião dizendo que os seminários que vêm sendo realizados pela Câmara visam
aludir uma saída para o desenvolvimento de Marabá e região.
“Estamos precisando
levar esse município a um lugar melhor, ter uma saída para o desenvolvimento de
Marabá. A Câmara Municipal está imbuída junto com a ACIM para
debatermos e fazermos palestras em busca de uma saída, e não ficarmos colocando
a culpa um no outro e não resolvemos nada”, lamentou.
Miguelito ainda afirmou que esse ciclo de
palestras deve ser ampliado, e mais técnicos e representantes de segmentos
devem participar e contribuir. “Essas palestras devem ser ampliadas com um
grupo que queira defender ideias para sairmos do marasmo de esperarmos os
grandes projetos e nada acontecer”.
Ítalo Ipojucan disse que não pode existir
vaidade dentro de um objetivo maior. “Acredito nos resultados. Você (Miguelito)
pediu para que a ACIM estivesse mais próxima. Nosso objetivo final é um só, o
melhor para Marabá. Todo desafio que Marabá se impor será um desafio para a
ACIM e para a Câmara”.
Ítalo garantiu que o desenvolvimento de Marabá é possível.
Para isso, segundo ele, é preciso que o município e a região saiam
do patamar de meros exportadores de matéria prima, que, na visão dele, é um
modelo ultrapassado, para que se possa mudar esse cenário.
Para detalhar e dar maior suporte e
visibilidade para suas colocações, o presidente da ACIM apresentou alguns
números e históricos de outros lugares que mudaram de patamar, através de uma
mudança de mentalidade.
Ele discorreu, por exemplo, sobre o Complexo Suape e de Goiana, ambos em Pernambuco, e do Pecém, no Ceará. “Este último, atualmente, é
o polo de desenvolvimento mais dinâmico do Brasil, mas não apresentava
características de matriz tão favoráveis quanto as nossas”, disse Ítalo.
Ipojucan apresentou dados que mostram a
movimentação de Suape, que em 2014 foi de 15,3 milhões de toneladas, enquanto
em Pecém, no Ceará, a primeira fase de produção será de 3 milhões de toneladas
de placas de aço, e de 6 milhões na segunda.
O presidente da Acim evidenciou que hoje Marabá
já nasceria com uma demanda instalada, caso fosse possível a navegação, com
cerca de 6 milhões de toneladas já produzidas, sem contar com a mineradora
Vale, mas apenas com a produção de outras empresas minerárias e do segmento
agropecuário.
Ítalo falou que, diferentemente do que foi
noticiado nos últimos dias na grande imprensa, a CSP (Companhia Siderúrgica de
Pecém) não foi preponderante para anular a aciaria de Marabá, e nem para que a
Vale tenha preterido a Alpa, porque existiam os dois projetos, afirmando
inclusive que o de Pecem era mais antigo que o de Marabá.
“Em Pecém, a Vale
buscou a construção de parceria para viabilizar o empreendimento, com duas
empresas sul-coreanas (Dongkuk e POSCO). A responsável para se firmar a
parceria foi uma Agência de Desenvolvimento que o Ceará criou, dentro da
estrutura de Governo. Depois, foi buscar empreendimentos para serem instalados
ali, com o Estado dando a condição e o incentivo, criando um ambiente propício
para o empreendedor investir na região”, avaliou.
O presidente da ACIM alertou para as
potencialidades do Pará e as principais oportunidades para o desenvolvimento do
Estado.
Ele disse que o Pará tem grandes reservas minerais e florestais,
potencial hidroenergético e agroindustrial.
E setorizou por região os
principais polos produtores e
suas vocações no Pará.
Ítalo apresentou o posicionamento geográfico
privilegiado e as qualidades do porto de Vila do Conde, em Barcarena, em
relação à proximidade com a região do Carajás e com o canal do Panamá.
“Temos
de buscar o desenvolvimento do Norte para o escoamento de produção e sermos uma
rota competitiva para o escoamento do setor produtivo de tudo que está acima
dos 16°S. Nossa posição geográfica torna fácil a saída da produção pelo Norte
do país. Para isso, a infraestrutura precisa melhorar”, salientou Ítalo.
Eugênio Alegreti, um dos profundos conhecedores
do setor produtivo da soja na região, trouxe uma revista com o trabalho que tem
sido feito de divulgação, em nível nacional, sobre os atrativos para a produção de
soja no Pará.
“Temos a intenção de mostrar o que está acontecendo no Pará,
vender e divulgar o Estado, mostrando os exemplos de sucesso do plantio de soja
no Pará”.
Eugênio disse ainda que, de acordo com os
números apresentados pela Aprosoja, hoje o Pará produz 300 mil hectares do
referido grão e gera uma renda para os agricultores em torno de 1 bilhão
e trezentos mil reais.
“Essa mesma área, se estivesse ocupada por boi, geraria 260 milhões no mesmo período. Estamos falando de 0,24% do solo paraense de
plantio de soja, contou Alegreti”.
Ítalo disse que a Aprosoja talvez seja o
parceiro mais estratégico para Marabá, no que diz respeito ao projeto de
desenvolvimento.
“Potencial nós temos. Nosso modelo mineral é equivocado e ele
não sai do estágio que está há muito tempo. Para sairmos da inércia deve-se
rever a política de incentivos; doação de terrenos e buscas de novos parceiros,
fomentar pequenos negócios. Temos de ter uma política de governo para
desenvolver e agregar valores na cadeia de produção, inclusive com o governo
estadual envolvido”.
proposta para que se possa montar um grupo de trabalho em
Marabá, para que se desdobrem em reuniões no governo estadual, para que a Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Pará não se distancie de Marabá. “ACIM e Câmara têm e ficar dentro do processo juntas”, destacou.
Finalizando o encontro, o presidente da Câmara, Miguel Gomes Filho,
disse que mais personalidades gabaritadas estarão sendo convidadas para os
próximos debates.
Ele salientou que este fórum será permanente e é o embrião para
que um dia se tenha um poder de argumentação e discussão no município de Marabá, bem maior do que se possui hoje. (ASCOM/CÂMARA)
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Ítalo Ipojucam (com o microfone) aplicou injeção de ânimo durante palestra, sobre perspectivas para Marabá |
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